Pavilhão entristecido

Pavilhão entristecido

Pessoal, nosso Pavilhão Nacional anda tão tristinho no Parque da Independência, já reparou? Mal tremula, descaído, puído, esgarçado, tantas vezes enrolado ao próprio mastro como envergonhado.

Está triste de ver, ainda mais nessa data, quando nosso querido Brasil completa 523 anos desde o Descobrimento pelos portugueses, em 22 de abril de 1500. Claro, claro, já estavam aqui nossos irmãos indígenas, que geriam Pindorama com grande afeto e talento e sustentabilidade.

A Bandeira Nacional do Parque da Independência foi fincada ali como símbolo da nacionalidade brasileira, incentivo ao patriotismo, pois estrategicamente localizada junto do ponto onde Dom Pedro 1º proclamou nossa Independência, nossa constituição como Nação independente, às margens do riacho do Ipiranga, em 7 de setembro de 1822.

A bandeira do Independência tornou-se também um símbolo do bairro do Ipiranga, um cartão-postal que atrai os olhos (e as câmeras e celulares) de quem chega ao conjunto monumental constituído pelo Museu do Ipiranga e pelo Monumento à Independência.

A manutenção do conjunto da bandeira (pavilhão com 28 m2 e mastro de quase 30 m de altura) é uma responsabilidade da secretaria municipal do Verde e do Meio Ambiente de SP desde os festejos do bicentenário da Independência, em 7 de setembro de 2022. Essa secretaria administra todo o parque, exceto os monumentos (o museu, o Monumento à Independência, a Cripta Imperial e a Casa do Grito).

 

Até então o zelo pelo conjunto da bandeira esteve nas mãos da comunidade organizada do Ipiranga, com a Associação Comercial de São Paulo – Distrital Ipiranga à frente e apoio de lojas de maçonaria da região e outros grupos nacionalistas, como o dos monarquistas.
Uma cerimônia, Substituição do Pavilhão Nacional, se realizava a cada trimestre, com execução do Hino Nacional por banda de fanfarra militar, e uma bandeira tremulava nova em seguida, então.
A propósito, foi essa intervenção da sociedade ipiranguista organizada que deu nova vida ao conjunto mastro-bandeira do parque, em meados de 1990. Por anos esteve abandonado, sem bandeira, com mastro sucateado, um desmazelo.

A substituição trimestral do Pavilhão Nacional foi interrompida pela pandemia do novo coronavírus e sua determinação de isolamento social. Ao período pandêmico se interpôs logo em seguida, como obstáculo à cerimônia de troca, as reformas estruturais no Independência. O fato é que essa tradição foi interrompida e não se sabe se voltará, quando um novo superintendente assumir a Distrital Ipiranga da ACSP, em maio. Era um belo acontecimento, esse da troca.

 

A secretaria do Verde promete a substituição da atual Bandeira Nacional do parque em maio, ao custo de R$ 2.800. Informa que a bandeira de agora “se estragou mais rápido por causa das chuvas”.

Neste 22 de abril a gente vai ter de se contentar mesmo com esse pavilhão chochinho.

 

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